Essa é a quarta edição do Panorama UX, pesquisa criada pela Saiba+ com o objetivo de mapear o mercado de usabilidade no Brasil, entendendo as tendências e os rumos da nossa profissão. A cada ano, a pesquisa evoluiu e inclui novos questionamentos, levantando temas relevantes para o debate da comunidade de UX.
Esse é o segundo post de uma série compartilhando os resultados da pesquisa Panorama UX: agora, vamos falar sobre salários.
Acompanhe o restante da série:
Parte 2: Salários
Quanto ganha um UX designer?
Antes de falar nos salários, é importante saber quais as formas de contratação praticadas no mercado. Assim como nas edições anteriores, a maioria dos respondentes, 75%, trabalha pelo regime da CLT.
A distribuição de salários — ainda sem nenhum tipo de recorte sobre forma de contratação — mostra que o salário mais comum na área gira em torno de R$ 5.000 e que a grande maioria dos respondentes recebe entre R$ 2.000 e R$ 7.500.
No espectro mais alto, os salários chegam a R$ 35.000. Mas antes de se animar, repare que apenas 1% dos respondentes têm salários superiores a R$ 20.000.
Para comparar as diferentes distribuições de salários de acordo com alguns critérios, escolhi usar um gráfico chamado de gráfico de caixa — ou boxplot. Esse tipo de gráfico resume um conjunto de dados usando quartis — a linha mais forte é a mediana.
Por CEPID NeuroMat, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=56047497
Quem é PJ tende a ganhar mais do que quem foi contratado pela CLT, o que é esperado, uma vez que a contratação PJ exclui diversos encargos e benefícios.
Sua cidade influencia quanto você pode ganhar. O mercado em São Paulo é maior, mais aquecido e tende a pagar melhor do que outros estados.
E como os salários variaram entre as edições da pesquisa?
A forma de perguntar o salário mudou na última edição — antes a pergunta era de múltipla escolha, com algumas opções de faixas de salário e agora passou a ser um campo aberto, que traz uma informação muito mais detalhada. Para poder comparar com os anos anteriores, juntamos as respostas individuais nas mesmas faixas.
E o resultado é que a distribuição de salários não mudou muito nos últimos três anos.
A tendência também é que os salários cresçam conforme avançamos na carreira — seja pelo cargo ou pelos anos de experiência.
Salários e diversidade
Seguindo o tema da pesquisa, diversidade, investigamos como os salários se comportam nos diferentes perfis. Olhando para os números separados por gênero, raça e LGBTQ+, observamos que homens, brancos (e asiáticos) e heterossexuais tendem a ganhar mais. As diferenças não são tão gritantes quanto em outros setores do mercado, mas elas existem.
Todos os salários acima de R$ 20.000 são de homens.
Os critérios de raça utilizados foram os mesmos do IBGE
Também investigamos o que ocorre com o salário de quem tem filhos. Será que mães ganham menos do que pais? Aqui vemos um equilíbrio muito maior de salários de homens e mulheres após terem filhos. O número de mulheres com filhos no mercado é bem menor que o de homens, mas as mulheres que ficam têm salários equilibrados com seus pares homens.
E na sua equipe, como é a distribuição de salários entre diferentes grupos de pessoas? Que ações podemos tomar para melhorar diferenças salariais?